Leonardo Machado P.
Fui à Usina do Gasômetro apreciar a exposição Ver-o-peso pelo furo da agulha do fotógrafo Dirceu Maués.
Enquanto estava a olhar as fotografias, um guri ficou uns cinco minutos debruçado sobre o caderno de assinaturas, escrevendo. Pensei, com minha pouca esperança na raça humana: "deve estar escrevendo bandalheira". Quase fui espantá-lo, mas raciocinei logo que isso não cabia a mim, mas sim a um dos guardas que conversavam alegremente perto do elevador. Fiz a volta em toda a galeria e quando voltei para assinar o caderno, percebi o que o guri estava escrevendo.
Dificultosamente, ele, com toda paciência e dedicação, tentava escrever seu nome completo. Leonardo Machado P. chama-se, pois.
O "a" estende a perna até o "r", as letras são fortemente traçadas e a primeira tentativa, impiodasamente rabiscada, indicam que Leonardo acaba de aprender a desenhar seu nome. Deve ter ficado orgulhoso por ter conseguido deixá-lo registrado no caderno de uma exposição de arte.