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obnubilado

Blog que ainda existe, apesar do tempo.

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Vamos para a selva!

Eu, no momento, não tenho nada a ver com nada relativo à reforma agrária. Grande parte das pessoas que compareceram ao Salão de Atos da Ufrgs na semana passada também não tinham, mas mesmo assim foram aproveitar os shows de graça que por lá aconteceram. Era tudo dentro de algo organizado por Ministérios do Lula e pela Onu. Um negócio importante. A RBS, no último dia, passou umas imagens das conferências, mas disse que “o que mais chamou a atenção”, foram meia dúzia de pessoas fazendo bagunça na rua.

Mas tudo bem, nem vou reclamar. Vou só dizer que os shows foram muito bons. Nada a ver com a proposta do evento. NINGUÉM estava falando de reforma agrária por lá. E se fossem pegar a grana que gastaram para trazer todo mundo e montar aquilo tudo, dava umas toneladas de alimento a mais do que as que foram arrecadadas em troca dos ingressos.

alceu-(11).jpg

Mas tudo bem, nem vou reclamar. Vou só dizer que o show do Alceu Valença estava supimpa. Desde que comprei um cd dele, às cegas, ano passado, e adorei, eu queria vê-lo ao vivo. E não foi pouca coisa. O cara, como ele próprio diz, foi feito para comandar as massas. Conta histórias interessantes e engraçadas, além de cantar coisas empolgantes e animadas (e outras tristes e belas também). Infelizmente, ele não cantou as três músicas que eu mais queria (Cavalo de Pau, Talismã e Dolly, Dolly - todas tristes e belas).

Mas tudo bem, nem vou reclamar. O show dele foi precedido pela apresentação do Bataclã F.C., um grupo aqui de Porto Alegre. Não é exatamente o tipo de música que aprecio, mas foi um bom show, com bastante personalidade. Tudo ficou melhor depois que o gaiteiro (Rodrigo Lucena) entrou para participar, tocando com prazer, sorrindo muito. E as convidadas Loma e Muni fizeram bonito.

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Quinta-feira, eu e Katine nos surpreendemos com o show de um grupo paulistano chamado A Barca. Nunca tinha ouvido falar, e foi uma das melhores coisas musicais que me aconteceram nos últimos tempos. Cantam músicas típicas de certas partes e de certos grupos do norte e nordeste, com arranjos estupendos - destaque para a percussão ininterrupta - e as vozes perfeitas das duas cantoras belíssimas. Quase me apaixonei.

Então, veio o show principal, com o Naná Vasconcelos. Eu já havia escutado coisas sobre ele tipo “é o melhor músico brasileiro” e "é o melhor percusionista do mundo" e essas bobagens que os homens contam. Total expectativa, pois não conhecia uma nota de sua autoria. E não gostei. Não foi ruim, mas, para o que eu esperava, e depois do show da Barca, não me satisfez. Para isso colaborou, é claro, o fato de eu estar há 3 horas sentado na mesma posição, com fome, pernas doendo, tendo a meu lado um homem imenso que fazia a minha cadeira se balançar quando ele se mexia.

Mas nem se tudo em volta estivesse perfeito eu ia gostar de quando Naná pergunta “Vamos para a selva?”, uma luz verde baixa e ele começa a fazer sons com a boca, a bater um gongo e balançar um zinco. Nem ia gostar dos solos longuíssimos de cada instrumento, inclusive de cada modalidade de tambor (e existem muitas) e de um berimbau bem chato. Tudo muito sério, fechado, antipático.

Mas tudo bem, nem vou reclamar. O flautista fazia coisas indescritíveis com seu instrumento, a barata que atravessou o palco foi divertida e o uso da repetição eletrônica da voz do Sr. Vasconcelos foi surpreendente. A única música do bis foi a melhor parte, porque contou com a participação da platéia e era engraçada, só com vozes dizendo coisas esquisitas.

Bom, com dois quilos de arroz e dois quilos de farinha eu consegui ver quatro shows interessantes. Mal posso esperar por outra conferência da reforma agrária.

(As fotos são minhas. Para ver mais, melhores e maiores, entra no meu site e vai em Shows)

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