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obnubilado

Blog que ainda existe, apesar do tempo.

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Desobnubilando Sons - Tori Amos

Ok, entra hoje na rede o quarto programa Desobnubilando Sons, desta vez falando sobre a indescritível Tori Amos.

Como ela tem uma carreira bem longa, dividi o podcast em dois, como poderão perceber.

Quando eu a conheci, em 1999, minha mente abriu-se musicalmente. Espero que eu possa ter transmitido algo da sua inacreditavelmente criativa capacidade de fazer músicas complexas nesses 30 e poucos minutos.

Ah! Era o primo!

Peguei O Primo Basílio para ler sem muito convicção. Nunca tive grandes vontades de lê-lo, apesar de sempre ter tido vontade de ver a minissérie que a Globo produziu no final da década de 80. Mas peguei o livro. Já que o Daniel Filho fez o filme agora, com aquele cartaz horroroso, eu queria ler para poder falar mal da direção, do roteiro e da Glória Pires.
Contuto, eis que me espanto. O livro é maravilhoso. Poderia dizer "delicioso". Só ri mais lendo livros do Luís Fernando Verissimo. Mas era um riso diferente, claro. O Primo Basílio não é engraçado, embora seja às vezes. Ele é, sim, delicioso. Rio muito de contentamento. Um riso que livros do Faulkner, por exemplo, não abarcariam, apesar de serem geniais e contentadores na mesma medida; mas não são deliciosos.
A empregada Juliana, sem dúvida, é o grande personagem de todos. O capítulo dedicado a ela é tão bom que de repente passamos (eu passei) a detestar os donos da casa e o primo e a simpatizar com a maldade, a mesquinharia e a falta de caráter da serviçal.

"A necessidade de se constranger trouxe-lhe o hábito de odiar; odiou sobretudo as patroas, com um ódio irracional e pueril. Tivera-as ricas, com palacetes, e pobres, mulheres de empregados, velhas e raparigas, coléricas e pacientes; - odiava-a todas, sem diferença. É patroa e basta! (...) Cada riso delas era uma ofensa à sua tristeza doentia; cada vestido novo uma afronta ao seu velho vestido de merino tingido. Detestava-as na alegria dos filhos e nas prosperidades da casa. Rogava-lhes pragas. (...) Com que gosto trazia a conta retardada de um credor impaciente, quando pressentia embaraços na casa! "Este papel!" - gritava com uma voz estridente - "diz que não se vai embora sem uma resposta!" Todos os lutos a deleitavam - e sob o xale preto, que lhe tinham comprado, tinha palpitações de regozijo. Tinha visto morrer criancinhas, e nem a aflição das mães a comovera; encolhia os ombros: "Vai dali, vai fazer outro. Cabras!""

Você tem um estilo, o Obnubilado tem todos

Fiz os dois últimos posts sob meu espírito altruísta, querendo agradar uma parte do meu público, que chega aqui no blog através de sites de pesquisas.
Os campeões de audiência variam com a época. Já foram a Daniela Cicarelli na praia, fotos de anoréxicas, de adolescentes transando ou travestis. Nos últimos tempos muitas pessoas andam mesmo procurando imagens de antes e depois do Photoshop, Antônio Fagundes nuzão, ou entram por causa de uma foto do Kurt Cobain que eu coloquei aqui há muitos meses.
Ao longo dos dias, fui me divertindo ao ver tais resultados de pesquisa apontando para cá e copiei alguns. Eis aí, conforme foram pesquisados, com todos os erros gramaticais originais. Não me responsabilizo por nada.

-quero ver o king kong fudendo uma mulher
-filmes pornográficos com padres gays
-fotos inacreditáveis que rola na internet
-fotos da xuxa quando ela era prostituta
-dor de cabeça dor no pescoço zunido no ouvido que doença e esta?
-quero ver os maiores mulhers nuas dequatro
-zoofilia de sao luiz gonzaga
-fotos de pescoços de mulheres cendo cortados e sangrando
-fotos tetas na praia

Salvo pela Adobe

Como não só de tarados vive o Obnubilado, satisfaço agora aqui a curiosidade de quem entra no blog procurando fotos de antes e depois do Photoshop. Ia colocar retratos, mas meu senso de privacidade não permite expor pessoas que foram photoshopadas por mim ao grande público. Então, aí um simples exemplo de recuperação de sombras. Com 30 minutos fiz isso.
E fiz em 30 minutos porque é pra ser usada na internet. Se fosse para impressão, demoraria muito mais (além de uma hora), afinal teria que retocar detalhes. Quando mexi na foto para ser impressa, ano passado, devo ter demorado em torno de uma hora e meia, mas hoje fui usá-la e não fiquei satisfeito, então comecei do zero.
Estou construindo uma parte do meu site dedicada apenas a casamentos, como eu tinha no meu site antigo. Tem havido procura o suficiente para me motivar a gastar algumas horas perdido nisso.

Atendendo a pedidos

Gostaria de colaborar com a cultura visual e afrodisíaca das dezenas de pessoas que entram no meu blog todo mês buscando fotos do Antônio Fagundes pelado.
Falei com um paparazzo amigo meu e ele me forneceu, com exclusividade, este lindo instantâneo, capturado nos bastidores das gravações de Carga Pesada. Notem que a estrutura corporal e os pêlos ostentados pelo ator na série são apenas maquiagem, afinal não seria convincente um caminhoneiro ser assim atlético e depilado. Clique na imagem para ver maior (para ver a imagem maior, não pense bobagem).

Ao duelo!

Não levava muita fé na peça, mas fui porque, além de ser convidado insistentemente, havia Cláudia Ohana.
E é uma ótima peça. Me diverti horrores, como diria minha prima. Se chama Farsa e é composta por quatro histórias, uma de Cervantes, uma de Molière, outra de Martins Pena e uma outra de Tchekov. Muito engraçado, e não só por isso vale a pena ir ao teatro apreciar, mas porque é muito bem dirigida (que grande imaginação teve o diretor!) e interpretada com uma competência que não esperava encontrar. Especialmente Marcos Breda, que eu só conhecia pela TV ou cinema, no palco é de uma grande presença, sem dúvida arrebentando a boca do balão na farsa "O médico saltador".
E vendo Sérgio Barone em cena em "O Urso" eu percebi, estarrecido, que ele atua de verdade (Sérgio Barone, você sabe, o namorado que deu um golpe na namorada na novela das oito).
Há também Mario Borges (que eu desconhecia, mas me impressionou por sua facilidade em falar textos longuísssimos e complicadíssimos sem tropeçar quase nunca), a grande comediante Bianca Byington, a ótima Luciana Braga, e, claro, Cláudia Ohana.
Aproveito para dar outro pitaco: iniciou ontem a temporada de Medéia no Teatro Renascença. É uma belíssima peça tragicíssima, com uma atriz estupenda e texto de milhares de anos.
Vai lá ver essas peças se estiver em Porto Alegre. Veja as duas neste fim de semana e ganhe de brinde um transtorno bipolar.

A Paula é boa, a Taís é má (parte 2)

Ontem estava eu conversando sobre Selva de Pedra e traçando alguns paralelos (na verdade, não-paralelos), com a novela atual do Gilberto Braga. O fato de o mocinho encontrar a mocinha internada na clínica e descobrir que a gêmea má está se fazendo passar pela outra assim, tão rapidamente, me fez lembrar das tramas incríveis que duravam meses, como no exemplo da obra de Janete Clair citada.
Pois então, constato que a Veja dessa semana traz uma matéria exatamente sobre isso. Li e gostei, pois não ficam falando mal de ninguém, mas tentam perceber a evolução do ritmo das novelas ao passar das décadas.

"O ponto é que as tramas das novelas, de modo geral, se tornaram mais ágeis. Todos os 174 capítulos de Dancin' Days, que Braga escreveu em 1978 e exibia um andamento acelerado para a época, não renderiam mais que oitenta de Paraíso Tropical. A pedido de VEJA, Mauro Alencar, doutor em telenovelas pela Universidade de São Paulo, fez uma análise estatística de quatro produções da Globo de épocas diferentes. Um dos indicadores consistiu no tempo que uma nova situação leva para ser resolvida dentro da história. Em Selva de Pedra, escrita por Janete Clair nos anos 70, isso podia demorar oitenta capítulos – ou até a novela inteira. Em Paraíso Tropical, a maioria das armações dos vilões Olavo e Taís se resolve em três capítulos."

Então me lembrei também do ótimo texto escrito pelo Bruno Medina no seu blog do G1 sobre novelas e pessoas.

"
Acho engraçada a turma que torce o nariz para as novelas, mas adora as séries americanas. Não se trata de uma questão de patriotismo pois, apesar de ser fã da dramaturgia nacional, reconheço o valor de certas produções estrangeiras. Essa tão alardeada ascensão das séries tipo drama, sem dúvida, deve boa parte de seu sucesso a aproximação com o folhetim. O que não entendo é como o pessoal não dá o braço a torcer e concorda que as séries são – guardadas as devidas proporções – legítimas representantes da categoria novelão. Vai dizer que “Friends”, com ajustes aqui e ali, não daria uma ótima novela das sete? E “The Sopranos” não tem todos os requisitos necessários para bombar no horário nobre?"

Ih, hoje acho que não vou conseguir assistir ao capítulo da novela. Nem meu dinossauro vídeo-cassete eu tenho mais pra poder ver depois...