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obnubilado

Blog que ainda existe, apesar do tempo.

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Provei um cookie mágico em Florianópolis

Venho por meio deste narrar minha experiência com um cookie mágico. Para quem não sabe, cookie mágico é um biscoito feito com maconha ou cogumelo alucinógeno. Estava eu lá na Praia Mole, em Florianópolis, quando veio um rapaz oferecer os cookies, daí comprei um porque, né, vamos experimentar. É este aí mesmo da foto. Ele disse que ia dar uma "risadeira". 

 

O gosto da marijuana era bem acentuado. E eu, como não sabia se ia funcionar, e lembrando de outras vezes que provei alucinógenos em pouca quantidade e não tive efeito, resolvi comer a metade do biscoito. Não sabia a quantidade, achei que a metade seria uma boa.

 

cokkie-marijuana.jpg

  

(Aqui um parênteses para dizer que não, nunca tinha provado maconha fumada nem comida antes - nenhum baseado na vida, porque realmente o ato de fumar me desagrada ao extremo). 

 

Então, já era final da tarde, tinha se passado mais de uma hora, e nada de efeito. Como estava vindo uma provável chuva, fomos indo embora, e naquela hora, na trilha que vai da praia pra estrada, me deu o efeito. Realmente foi possível perceber o exato momento que bateu, porque minha visão fez tipo "tóin" e tudo ficou trêmulo por um tempo. Em seguida, veio a risadeira. Comecei a rir à toa. E mais que isso: era impossivel não rir; assim, rir de nada. Aliás, depois de um tempo não era mais risada, era um esparmo muscular que não deixava eu relaxar a boca - algo tipo o Coringa. 

 

Esse efeito do "riso" durou uns 5 minutos, depois tudo se acalmou e ficou só um efeito visual, uma tonteira e uma leveza, uma coisa meio de bêbado. Daí fomos pra parada de ônibus, pegamos o ônibus e então as coisas começaram a não ficar boas. Ônibus lotado, engarrafamento na via até a Lagoa (como sempre), uns 40 minutos em pé ali dentro. Desde o início as coisas foram ficando estranhas. Assim, perdi um pouco a noção das coisas. Não sei como eu agi, mas no meu cérebro havia duas realidades: numa eu estava normal, falando normal, e na outra eu estava agressivo e gritando. Parececia que eu tinha acabado de brigar com meus amigos e com o cobrador, mas ao mesmo tempo eu achava que talvez não; parecia que eu tinha gritado e que todo mundo estava olhando pra mim me achando um idiota, mas ao mesmo tempo talvez não. Comecei a achar que cada vez que eu fosse falar ia gritar, que todos iam rir, que meus amigos não iam mais gostar de mim. Parecia que eu podia sair brigando com todo mundo no próximo minuto, e ao mesmo tempo me dava uma vontade de pedir desculpas pelas agressões que eu talvez tivesse já cometido. Teve uma hora que quase briguei com uma mulher porque achei que ela estava xingando umas meninas lésbicas que estavam abraçadas, mas ela só estava coversando sobre o trânsito.

 

A isso se somava o fato de uns leves apagões que eu achava que acontecia no meu cérebro. Tinha umas vezes que parecia que eu tinha acordado de um apagão, e eu não sabia se tinha feito alguma coisa ruim durante o tempo em que estava apagado (mas eu nunca apaguei de verdade, só parecia). Esse efeito de apagão ainda durou bastante tempo, inclusive depois de chegar no apartamento, enquanto tomava banho, parecia que eu apagava.

 

Acabei ficando com medo de ser agressivo ou desagradável com meus amigos e fiquei só na cama até o efeito passar um pouco, depois consegui ja interagir, embora ainda estivesse como bêbado, não estava mais tendo apagões e achando que ia brigar. Levou umas três horas até poder agir mais normal. E só depois de dormir voltei a ser eu realmente.

 

Não foi uma boa experiência. Uma coisa assim paranoica não é legal, podia ter dado bem errado.

 

Se tivesse comido só a metade da metade do cookie talvez o efeito tivesse sido melhor, acho que foi quantidade demais. E também ficar alucinado dentro de um ônibus no engarrafamento não é bom pro efeito de nenhuma droga que você tenha consumido demais. Provavelmente ter ficado na praia ou no mato teria resultado em algo mais agradável.

 

Eu em São Paulo (ou Cadê os supermercados?)

Pois fui para São Paulo participar de um congresso sobre fotografia, e foi a primeira vez que eu viajei de avião. Apesar de querer evitar, achei melhor aceitar o risco de algo que pesa toneladas e voa acima da terra. Não tive muitos problemas, e o lanche da Ocean Air é muito bom (sanduíche quente, pudim e bebida). Só que uns 15 minutos antes de cada pouso, começava a me dar uma dor de cabeça de tontear elefante, tipo a pior enxaqueca do século. Meus ouvidos doíam e espalhavam a dor por toda a nuca e maxilar. Um horror.

Da cidade conheci pouco. Saía cedo pra ir no evento (que era no auditório do lindo Memorial da América Latina) e voltava só à noite. Deu mais pra ir conhecendo a Liberdade, onde ficava o hotel (Liau Ginza, bom e barato), que é um bairro bem bacana, algo tranqüilo e que não tem 1 puto supermercado: fiquei terça-feira toda com 5 reais e louco para achar um supermercado pra comprar mil coisas com cartão de crédito, mas o máximo que encontrei foram umas 20 vendinhas e minimercados onde acabei comprando bolinhos Panco e um suco. Só no dia seguinte descobri - mas na Barra Funda - um supermercado com o triste nome de Sonda, onde havia 3 opções de creme de amendoim (e não apenas Amendocrem, como aqui em Porto Alegre).

O que mais me espantou de cara foi o metrô rapidíssimo, tanto na locomoção quanto no intrevalo entre os trens. Em algumas estações o fluxo de pessoas no final da tarde era sinistro, com centenas querendo entrar no mesmo vagão em 3 segundos. Contudo, na maior parte das vezes, não tive problemas com isso. E tenho que elogiar as sinalizações e mapas em todas as estações, que não deixavam eu me perder na troca de uma linha por outra.

No último dia fui conhecer a Av. Paulista e paguei R$ 15,00 pra entrar no MASP (que, como absurdamente só abre às 11h, me deu tempo de passear pelo belo Parque Trianon). No museu estavam expostas umas 400 mil obras de Van Gogh, Picasso, Matisse, Portinari e - o que eu queria mais ver - Bosch, além de muitos, muitos outros conhecidos e desconhecidos, em 3 exposições. Fome total depois de 2 horas. Só não pude almoçar, pois fui ver a fantástica exposição da Maureen Bisilliat na Fiesp e depois corri apavorado achando que ia perder o avião. Mas não, estava chovendo (assim como a semana toda) e o vôo até atrasou. Deu tempo para eu esquecer todo o material que eu havia arrebanhado no congresso, mas logo recuperei, já que ninguém quis roubar a pasta que deixei sobre a lixeira do aeroporto enquanto comia horrorosos biscoitos Piraquê.

Cadeiras e pinturas

Pois comprei duas cadeiras usadas. E eles eram assim, meio manchadas. Porque são bem usadas. Achei que era brancas e estavam amareladas, e iam ficar brancas de novo se eu passasse água sanitária. Não ficaram, porque na verdade nunca foram brancas, mas de uma cor assim meio bege.

Pois inventei de pintar as cadeiras. Iniciei este pensamento com vontade de usar tinta spray. Mas como elas são de um material sintético que imita couro (napa ou courino, não sei), pensei melhor e vi que nunca uma tinta spray normal ia pintar decentemente, sem o risco de manchar a roupa de quem nelas se sentasse.

Então pesquisei um pouco mais e cheguei á conclusão de que o melhor era comprar tinta para couro. Então lá fui eu em uma casa de artigos para couro que tem um sapato de palhaço na vitrine. Comprei por R$ 8,00 um vidrinho de tinta Amy na cor manteiga, que era quase a cor original das cadeiras (minha idéia inicial era pintar de azul ou verde, mas acabou vencendo a praticidade - afinal pintar de uma cor parecida disfarça as falhas que possa ocorrer na pintura).

Fui pintar, e foi desastre. A tinta seca rápido demais e é grossa demais. resultado: pra pintar 2 cadeiras, que são por inteiro revestidas, vou precisar de uns 10 vidros de tinta. Além disso, ela não se dissolve em nada mais além de um solvente próprio da marca - que eu não comprei. Assim, o pincel e o rolinho de espuma que eu usei não prestam mais. Fiquei com uma cadeira só com uma ponta pintada, e agora não sei se deixo assim, ou se compro o tal do solvente pra afinar a tinta e testar a pintura novamente. Um terror. Queria fazer tudo no fim de semana, mas fui pego de surpresas pelas ondas desta vida bandida.

Supermercados e uns problemas

Vou quase diariamente ao supermercado. Antes eu ia sempre ao Nacional, que ficava há uma quadra de casa, hoje em dia vou ao Rissul, na Avenida Independência (Porto Alegre). Pois não tenho muitas reclamações a fazer sobre esses estabelecimentos, a não ser o freqüente erro de preços no Nacional, e a total inabilidade de os caixas - das duas redes - não deixarem pessoas com mais de 10 itens passar nos caixas até 10 itens (no Zaffari, por sua vez, já testemunhei uma funcionária expulsar uma pessoa da fila do caixa rápido porque ela estava com mais de 10 itens - o que é o mínimo de civilização dentro de um supermercado).

Pois uma vez eu estava no Nacional, e, espantado, notei que o freezer estava não só descongelando, como esquentando os alimentos. Saía ar quente no Cordon bleu! Como não gosto de chamar a atenção do gerente e me fazer de pessoa boboca que atrapalha o trabalho dos outros bem na hora de encerrar o expediente (geralmente eu vou no supermercado de 20 a 10 minutos antes de fechar), deixei para entrar em contato com o SAC da rede (que na época ainda era Sonae - e agora é Walmart) mais tarde. Entrei no site e escrevi um e-mail. Dias depois, a gerente da loja me liga, pedindo desculpa e NEGANDO que aquilo pudesse ter acontecido. Enfim, não mandei ela chupar um ovo porque eu ia lá sempre e ela poderia me repreender pessoalmente, mas reafirmei minhas certezas. E eu tinha testemunha.

Semana passada outro problema com freezer, desta vez no Rissul. Os steaks de frango estavam moles (e na embalagem dizia: "manter congelado a -12°"), assim como os hamburgueres (e hamburguer Perdigão mole é uma pasta marrom terrível). Novamente, escrevi para lá. Não achei que funcionasse, afinal Rissul não parece ter o mesmo serviço de atendimento que as redes maiores. Mas funcionou. Semana passada o gerente da loja me ligou. E ele não só confirmou o que eu disse, como conversou longamente sobre as ineficiências daquele sistema de refrigeração, que já está ultrapassado e às vezes não agüenta os dias de verão, e disse que vai chamar a empresa técnica pra ver se está vazando gás ou algo do tipo.

Da próxima vez lembrar: não escrever em tom irônico e não ameaçar niguém.