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obnubilado

Blog que ainda existe, apesar do tempo.

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Eu em São Paulo (ou Cadê os supermercados?)

Pois fui para São Paulo participar de um congresso sobre fotografia, e foi a primeira vez que eu viajei de avião. Apesar de querer evitar, achei melhor aceitar o risco de algo que pesa toneladas e voa acima da terra. Não tive muitos problemas, e o lanche da Ocean Air é muito bom (sanduíche quente, pudim e bebida). Só que uns 15 minutos antes de cada pouso, começava a me dar uma dor de cabeça de tontear elefante, tipo a pior enxaqueca do século. Meus ouvidos doíam e espalhavam a dor por toda a nuca e maxilar. Um horror.

Da cidade conheci pouco. Saía cedo pra ir no evento (que era no auditório do lindo Memorial da América Latina) e voltava só à noite. Deu mais pra ir conhecendo a Liberdade, onde ficava o hotel (Liau Ginza, bom e barato), que é um bairro bem bacana, algo tranqüilo e que não tem 1 puto supermercado: fiquei terça-feira toda com 5 reais e louco para achar um supermercado pra comprar mil coisas com cartão de crédito, mas o máximo que encontrei foram umas 20 vendinhas e minimercados onde acabei comprando bolinhos Panco e um suco. Só no dia seguinte descobri - mas na Barra Funda - um supermercado com o triste nome de Sonda, onde havia 3 opções de creme de amendoim (e não apenas Amendocrem, como aqui em Porto Alegre).

O que mais me espantou de cara foi o metrô rapidíssimo, tanto na locomoção quanto no intrevalo entre os trens. Em algumas estações o fluxo de pessoas no final da tarde era sinistro, com centenas querendo entrar no mesmo vagão em 3 segundos. Contudo, na maior parte das vezes, não tive problemas com isso. E tenho que elogiar as sinalizações e mapas em todas as estações, que não deixavam eu me perder na troca de uma linha por outra.

No último dia fui conhecer a Av. Paulista e paguei R$ 15,00 pra entrar no MASP (que, como absurdamente só abre às 11h, me deu tempo de passear pelo belo Parque Trianon). No museu estavam expostas umas 400 mil obras de Van Gogh, Picasso, Matisse, Portinari e - o que eu queria mais ver - Bosch, além de muitos, muitos outros conhecidos e desconhecidos, em 3 exposições. Fome total depois de 2 horas. Só não pude almoçar, pois fui ver a fantástica exposição da Maureen Bisilliat na Fiesp e depois corri apavorado achando que ia perder o avião. Mas não, estava chovendo (assim como a semana toda) e o vôo até atrasou. Deu tempo para eu esquecer todo o material que eu havia arrebanhado no congresso, mas logo recuperei, já que ninguém quis roubar a pasta que deixei sobre a lixeira do aeroporto enquanto comia horrorosos biscoitos Piraquê.

As ilhas desconhecidas

Por algum acaso, encontrei o site wikimapia.org. É o Google Earth misturado ao esquema da Wikipedia, com a possibilidade de se identificar textualmente os lugares, desde cidades até casas pequenas. Adorei. Fiquei horas olhando as lindas imagens de satélite, especialmente Rio Grande e região. Além do grande prazer mental que consegui obter me localizando no mundo, percebendo o todo ao invés de apenas a pequena parte que eu conheço à altura do chão, descobri lugares que eu só conhecia como referência, ou que eu não sabia bem onde ficava, apesar de lá já ter estado. Eis o caso das ilhas de Rio Grande.

 

Rio Grande é uma cidade que pode dizer-se "média" (com aí uns 200 mil habitantes), embora seja muito maior em território do que em desenvolvimento urbano, intelectual e pessoal. A cidade tem algumas ilhas, entre elas a Ilha dos Marinheiros, a maior ilha do Rio Grande do Sul. Em uma dessas ilhas nasceu minha mãe, e parte distante de minha família materna ainda lá vive. Chama-se Ilha do Leonídio, foi colonizada por portugueses e, apesar de sua exclusão total e errônea de alguns mapas do Rio Grande do Sul, ela existe sim, senhor (veja diferenças da região em dois mapas). Porém, olhando as imagens de satélite, me deparei com um fato desconcertante: ela não é exatamente uma ilha.


Tal localidade não está no meio da água, é apenas separada do continente por finos arroios (um deles o maligno Arroio das Cabeças), e isso foi uma grande decepção geográfica para mim.

 

Esse também é o caso da Ilha da Torotama, que fica um pouco mais para cima e na verdade parece – pelo satélite - mais uma península (ou algo do tipo) do que uma ilha. Mas tudo bem. Agora eu sei dessas coisas e fiquei feliz.

 

Como eu disse, esse tal de Wikimapia permite que qualquer usuário identifique nas imagens cidades, edifícios, praças, condomínios, bairros etc, além de poder editar coisas que outras pessoas colocaram, votar nos lugares ainda não aprovados, apagar e coisital. Fiquei fã disso. Identifiquei vários locais (em especial na Quinta, onde eu nasci - inclusive identifiquei um do lado errado da rua e ainda não pude apagar), votei contra os pontos debilmente identificados como "aqui mora o chupa-cabras", "Casa da Vó Neli", "Cafofo da Vanessa" e assemelhados, e editei alguns outros, corrigindo dados ou acrescentando. É meu novo passatempo, muito útil para quando eu quero fingir que não tenho nada para fazer.