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obnubilado

Blog que ainda existe, apesar do tempo.

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A Raposa falava e o Príncipe escutava

A novidade agora, depois do carnaval, é um amigo que não quer ter amigo. Essa foi a maior da História. Aquele tipo de pessoa de quem você gosta, admira, respeita, se preocupa com, gosta de conversar com, acha uma das melhores companhias, e que de repente vem dizer que amigo não tem que fazer nada disso. Amigo só serve pra ir em festa falar sobre si próprio e ficar se lixando pro que acontece pro outro. Não, amigo não tem que se preocupar com o outro. Só a mãe dele se preocupa com ele. Coisas muito malucas.

É uma pena que meu melhor amigo, então, rejeite o papel de amigo para passar a ser só um cara que eu conheço. É uma pena também que ele não consiga aprender com as pessoas, uma pena que ele não consiga se relacionar normalmente com alguém sem estar sempre se refugiando atrás de uma máscara de auto-suficiência que, daqui a pouco (ou a muito), vai perceber que só lhe faz mal. É uma pena forçar-se a se mostrar egoísta, egocêntrico e chauvinista, só para reafirmar para si próprio que ele é muito mau, que ele não precisa de ninguém e não quer que ninguém precise dele, ou goste dele, ou tente ajudá-lo (oh, claro, querer ajudá-lo é uma ofensa terrível). É uma pena, enfim, que ele ache que o Pequeno Príncipe estava errado.

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