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obnubilado

Blog que ainda existe, apesar do tempo.

obnubilado

Blog que ainda existe, apesar do tempo.

Técnica é tudo

O pintor australiano conhecido como Pricasso foi a atração da abertura da Expo Sexo 2007 nesta quinta-feira em Johannesburgo, na África do Sul. Ele trouxe para a feira diversos quadros que pintou com um 'pincel' diferente: o próprio pênis. Pricasso também mostrou ao vivo como usa seu instrumento de trabalho.

Pricasso é especializado em fazer retratos e caricaturas e, a cada troca de cores, precisa limpar o 'pincel' diversas vezes numa pequena bacia. Para colorir linhas mais grossas, o artista usa, além do pênis, o saco escrotal.

Em seu perfil, o artista diz que criou a 'arte do pênis' a partir de uma misteriosa força que surgiu nele. "Nu, livre das convenções da sociedade, me sinto conectado à natureza e deixo aflorar minha criatividade", declara Pricasso.

Notícia retirada do BOL. Tem um vídeo lá; eu não vi, mas ele deve mostrar o pricasso pra todos.

Um livro ao acaso

Estava sem nada para escrever, mas louco de vontade de dizer alguma coisa, e acabei achando neste blog um meme (que palavra horrível...) interessante. Meu receio de propor memes é o de que ninguém goste e me ignorem, então vou deixar quieto. Se alguém achar legal, faça no seu blog, ora bolas!

Bom, é assim:

1. Pegue um livro qualquer
2. Abra na pagina 61 e copie a quinta frase completa.
3. Poste a frase no blog.
4. Não escolher a melhor frase, nem melhor livro

Lá vai:

"Tal como Edward Judson, o chefão da Columbia aprendeu que Rita, com seu silêncio e sua passividade, deixava os homens de sua vida pensarem que a dominavam. A verdade era outra: Rita fazia exatamente tudo aquilo que desejava."

Peguei esse livro sem pensar. Há anos o li e não me lembro muito bem. É "Rita - A deusa do amor", título detestável para o original (e sem criatividade) "The life of Rita Hayworth", de Joe Morella e Eward Epstein. Como podem perceber, é a biografia da atriz, que teve uma daquelas existências dramáticas, cheia de casamentos, problemas, vícios, dinheiro e fama.

Ela foi casada várias vezes, inclusive com Orson Wells e com Aly Khan, um príncipe islâmico, era perseguida pela imprensa, e acabou gostando demais de álcool. No fim dos anos 70 começou a desenvolver Alzheimer e morreu em 1987, com 68 anos, sem nem lembrar quem era.

X-men brasileiros e o ladrão boliviano

Quem era pré-adolescente desocupado na década de 90 com certeza se lembra de Olho no olho, novela das sete protagonizada por três jovens poderosos de olhos coloridos. Felipe Folgosi, como Aleph, mais Nico Puig e Patrícia de Sabrit explodiam coisas, moviam objetos e provavelmente flutuavam, com suas pupilas azuis (os bonzinhos) ou vermelhas (o vilão). Tony Ramos fazia o padre Guido e Maria Zilda ficava deprimida ao som de Down em mim cantada por Edson Cordeiro (certas coisas não se esquecem...).

Falo disso porque a Record estreou há umas duas semanas Caminhos do Coração. Nome nada a ver para uma novela que quer ousar em sua história, trazendo crianças-mutantes com poderes especiais, como a menina com asas, o menino-lobo, a garota com super visão etc. Levando em consideração os primeiros capítulos, creio que a novela vai ficar bem abaixo do esperado. Mas não por causa dos mutantes (essa proposta "inovadora"), mas porque o autor é uma negação. Ele escreve muito mal. Os diálogos são detestáveis. A direção inexiste, e, quando existe, quer causar algum impacto repetindo trechos de cena ao som de uma música de ação durante segundos, minutos intermináveis.

A emissora tinha até o início do mês uma boa novela, Vidas Opostas (que ousava não com mutantes voadores, mas com o núcleo principal dentro de uma favela, e com abundante violência sádica), e agora deverá sentir a audiência cair com essa história fraca e mal escrita. Claro que vão botar a culpa no público, que "não estará pronto" para ver tais “inovações temáticas” nos folhetins.

Utilidade deste texto? Precisamente nenhuma. Vou falar, pois, de teatro, que é mais chique.

Fui assistir a Toda Nudez Será Castigada, em montagem do grupo Armazém Companhia de Teatro, do Rio de Janeiro. Com certeza, foi uma das melhores experiências teatrais de minha vida. As outras pessoas também devem ter achado, pois foi a primeira vez que eu vi o público porto-alegrense ficar aplaudindo incessantemente durante alguns minutos, sem sair correndo, ligando celulares, com cara de sono.

O texto de Nelson Rodrigues foi adaptado levemente para dar maior dinamicidade à representação, belissimamente dirigida, aproveitando ao máximo o cenário cheio de portas e suprimindo a narração em off da esposa morta. Acho incrível que alguém leia diálogos num livro e a partir disso faça uma peça impactante daquelas, onde o cadáver de repente some puxado por uma força invisível, o padre é uma mulher de salto alto e as saias das tias servem como parte da cenografia. E mais um final lindo, com Geni pintando raivosamente o corpo de batom, antes de morrer.

Que cinema que nada, teatro é mais legal.

* foto de Leo Bittencourt

Ih... era o primo?

Semana passada eu assisti ao Fantasma da Ópera. Sem querer entrar em detalhes negativos sobre a cafonice do filme, o pior de seus defeitos é a superficialidade. As coisas acontecem sem mais nem por quê, apenas porque os autores querem que aconteça, baseados nos grandes clichês “o vilão feio deve matar” e “os mocinhos bonitos devem se apaixonar”.

É essa também a sensação resultante dos primeiros 50 minutos do filme O Primo Basílio. Simplesmente é muito superficial. As coisas acontecem sem profundidade, só porque a mocinha deve se apaixonar pelo primo bonito e a empregada feia deve tirar vantagem disso. A relação dos dois primos não tem a menor sustentabilidade. E talvez não devesse ter se fosse um caso de final de semana, só sexo para matar o tédio. Mas não é assim, embora no filme não pareça e, quando Luisa arruma as malas para fugir da cidade com Basílio, tudo fica sem sentido. Como assim? Fudeu e quer fugir? Não entendi.

No filme ficou tudo mecanizado, automático e gratuito. Culpa do roteiro de Euclydes Marinho, que coloca uma cozinheira negra na casa só para poder dizer que “negro tem cheiro forte” (isso não está no livro, notem bem), ou culpa da edição apressada, típica de quem quer botar um elefante num kitnet?

Nem vou falar mal do Daniel Filho, pois acho que direção de cena e direção de atores ele fez com grande competência, nem da Glória Pires, que acabou dando um tom mais cômico do que trágico à Juliana, mas se saiu muito bem também. Nem vou falar mal dos protagonistas, nem da ótima direção da fotografia e, embora pudesse falar mal da música que não entra no ritmo das cenas e algumas vezes atrapalha, não vou fazer isso.

Gostei da cena de sexo no Paraíso e da nudez do casal, e detestei a cena dos fantasmas na sala e aquela luz sem nexo que “explode” na porta. E, claro, Simone Spoladore é sempre uma beleza.

X-picanha

Fui no Acampamento Farroupilha. É a primeira vez que eu vou antes que  chova, e posso dizer que caminhar sobre um chão seco enquanto se  visita os intermináveis becos de galpões, piquetes, CTGs, DTGs e  banheiros químicos é muito reconfortante. Pelo menos se você pisar em  bosta de cavalo vai saber o que aconteceu, não vai pensar que é só  barro.

Acho que pelo fato de ir após grandes chuvas nos outros anos, eu saía correndo e nunca havia percebido o tamanho da coisa. Este ano me  espantei: é algo de enormes proporções, há milhares de pessoas lá e  centenas de construções que desmanchar-se-ão no final do mês. O parque  deve ficar realmente imundo.

Aproveitei a ocasião para fazer esta foto panorâmica:



Para ver mais panorâmicas em 360° de Porto Alegre visite aqui.

Walking Around

Tudo começou ali mais ou menos no dia em que eu fui pagar minha dívida no Banco do Brasil, semana passada. Para minha surpresa, o banco tem um sistema assim: se você quiser continuar cliente, eles não te dão nem um real de desconto, mesmo pagando à vista uma dívida de mais de 15 meses. Se desejar fechar a conta, eles te dão um desconto de acordo com um cálculo estranho que eles fazem, o que resultará, no meu caso, em 20%. Levando em consideração que para uma dívida maior e com menos tempo o Santander me deu um desconto de 40%, achei o BB muito sacana e não paguei.

Desde então venho perdendo pouco a pouco minha capacidade de achar as coisas dignas de apreciação. Por exemplo, estou me recusando a ir na Bienal do Mercosul, porque não quero ver obras duvidosas de artistas que ganham milhares de reais da Gerdau ou da Petrobrás para expor, e eu não ganho nada. Cansei de os outros ficarem ricos e eu não.

Cansei de ir no cinema, e pagar por isso, ou pegar algum filme na locadora, e pagar por isso, só para os donos das salas ou das locadoras ficarem com o bolso mais cheio e eu não.

Cansei de achar bonitinhas e ter peninha das pessoas que dormem na rua e/ou pedem esmola com cara de triste; eu passo reto, mudo de calçada, se tiver muito perto ainda piso no pé.

Quer dar um golpe no cartão de crédito? Fraudar a mega sena? Roubar a carteira do seu vizinho? Fale comigo que eu participo. Mas quero 70%.


* Foto de Diane Arbus

Sayonara, Mercado Livre!

O que acontece é que eu botei ano passado umas câmeras à venda no Mercado Livre. Ia vender tudo e comprar uma nova, mas acabei caindo num golpe de alguém bem sacana. Resultado: perdi uma das câmeras à venda e me fudi.
Foi tudo muito estressante, e então eu pedi ajuda ao Mercado Livre, pois eu nem sabia o que fazer. E eles? Eles não deram bola, demoraram dias para responder e-mails, não me deram telefone de contato, sempre perguntavam as mesmas coisas e, ainda por cima, como em seguida eu percebi, tudo poderia ter sido evitado se eles tivessem me avisado quando o "comprador" foi excluído do site por fazer coisas ilícitas. Mas eles não avisaram, mesmo a compra ainda estando em aberto.
Pior: soube,então, que eles não pediam qualquer número de documento para quem fizesse cadastro. Qualquer um fazia 10, 20, 30 cadastros falsos e eles achavam ótimo.
Mais pior: passaram a me cobrar a taxa de venda da câmera que foi roubada, inclusive me ameaçando com o SPC.
Daí, juntei minha fome com a vontade de comer e fui ao Juizado Especial Cível processá-los. Isso em agosto de 2006. Após duas audiências e alguns meses de espera no vai-vem dos cartórios e juízes, ganhei o processo e recebi a indenização sexta-feira.
E escrevo este texto não só para demonstrar a total inabilidade do Mercado Livre para fazer coisas além de cobrar taxas, mas também para dizer, com satisfação, que todo o processo de abrir um processo, ir nas audiências, pegar um defensor público, pedir informações, visitar o site para ver o andamento, até receber o dinheiro no Banrisul, tudo isso foi feito sempre com alguma agilidade e muita simpatia por parte das pessoas que lá trabalham, tanto no Foro Central como na Ajuris, onde fica o posto adjunto do 5° juizado em que correu minha ação.
Tudo demorou um ano porque o Mercado Livre esperneou bastante, entrou com recursos e outras coisas, e sempre teve o displante de fazer tudo no último dia, para levar ainda mais tempo (mas Deus castiga: deixaram tanto para a última hora o pagamento da indenização que se atrasaram e vão ter que me pagar mais 10% do total, em separado).
Então, ok. Não estou rico porque a indenização cobriu só o preço da câmera, mas achei bom e gostaria de ver a cara daquele japonês antipático que foi dizer pra juiza que meu processo não tinha cabimento.