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obnubilado

Blog que ainda existe, apesar do tempo.

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A sogra, o fastasma e o fascismo

Foram dias com muitos filmes. Na terça-feira assisti ao Água Negra, suspense do Walter Salles em que não há muitos sustos nem muitos fantasmas ameaçando os personagens, mas tem um clima estremamente escuro, solitário e angustiante. Suspense e terror não são filmes que me atraiam (o último que eu havia visto tinha sido Os Outros - e isso faz um tempão), mas gostei bastante. Pra ler o que eu escrevi a respeito do filme, aperta aqui.

Quarta-feira fui ver A Sogra, retorno de Jane Fonda ao cinema. Ela tá genial e parecidíssima com seu pai, Henry. Pra ler minha crítica, clica aqui, pô.

Ontem, para coroar a semana, fui ver Saló, ou os 120 dias de Sodoma na Usina do Gasômetro. Nunca vira um filme de Pasolini (e isso era uma grande falta). Tinha um pouco de receio, e não sem fundamento. É um filme chocante, com cenas escatológicas de sexo e sadismo, numa representação do nazi-fascismo. Tentei não levar muito a sério pra não vomitar. Mas é uma grande obra, de visual inesquecível e bons atores fazendo coisas inacreditáveis. Foi o último trabalho do cineasta, assassinado naquele mesmo ano de 1975.

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Havia um só túnel

Envolvido por meu desejo de aprender espanhol, resolvi ler um livro argentino no idioma original. Peguei El Túnel na casa de Paola, minha amiga mexicana, sem saber que é um dos mais importantes romances da Argentina. Foi escrito em 1948 por Ernesto Sábato.

E eis que, página após página, a história do famoso pintor que assassina a mulher que ama, contada em primeira pessoa por ele, que pretende explicar seu crime, me atraía cada vez mais. Eu, sem querer, me identifiquei bastante com ele, apesar de o cara ser um psicótico obsessivo. O jeito como ele pensa a relação, seu ciúme, sua forte imaginação pessimista, sua tristeza a cada briga que tem com a mulher por razões bobas, me pareceu tudo muito próximo a mim.Além disso o livro é extupendamente escrito, um dos melhores que já li. Posso estar falando a maior bobagem da semana, mas me lembrou bastante Kafka. Lá nos capítulos finais, quando ele faz uma metáfora comparando o mundo dele e o de Maria Iribarne, sua amada, (revelando, então, a razão de o livro se chamar como se chama) é um daqueles momentos em que se pára para pensar como alguém pode escrever algo tão profundo e tocante e lindo e ao mesmo tempo tão triste. Genial.

Ia colocar um trecho aqui, mas não vale a pena. Melhor ler o livro inteiro, que é bem curtinho (100 áginas nesta edição espanhola das Ediciones Cátedra, que traz quatro páginas não impressas – um erro imperdoável).

Saudade do Wando

Moro no centro e aqui pela volta há alguns bares e restaurantes. Nada muito chocante: às 23h todos já estão fechados. Dois prédios depois do meu há um desses bares (um pequeno restaurante, na verdade), muito feio e nada convidativo, é verdade, mas há. E nos últimos dois meses, nas noites de quinta e sexta-feira uns músicos se apresentavam ali. Eram um tecladista, um guitarrista e uma cantora (não necessariamente nessa mesma ordem) que ficavam lá no fundo do estabelecimento comprido e estreito, cantando sem parar desde as 18h até mais ou menos as 22:30h.

Depois das primeiras vezes, quando achava que meus vizinhos do andar superior estavam fazendo de novo suas festinhas barulhentas - e isso me irritava, acabei me acostumando e até gostava de ficar escutando. Como é bem perto, eu ouvia tudo: desde as músicas do Wando (Fogo e Paixão tornou-se um hit aqui na rua) até Stairway to Heaven num inglês inexistente nos léxicos. Um dos momentos altos das apresentações era Garçon, do Reginaldo Rossi: quando os primeiros acordes soavam, todos os bêbados aplaudiam de pé. Roberto Carlos não podia faltar no repertório, assim como Leandro e Leonardo, Pink Floyd, Caetano Veloso e, claro, Nelson Ned.

Pois esses pilares da música moderna não mais ocupam as noites frias do fim da semana. O bar fechou. Na porta de ferro, um aviso escrito a mão: reabriremos em breve. Sábado iniciou a reforma - já arrancaram até o piso. Devem estar transaformando o lugar num estabelecimento decente, onde famílias felizes vão comer bauru e os papais, estarrecidos, assistem seu time do coração perder nas semi-finais do campeonato. Tudo normal. Quero o Wando de volta.

Com náuseas não contribuo

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Depois de muito tempo sem ver o Criança Esperança, resolvi assistir ao show neste sábado. E qual não foi minha surpresa ao perceber que, apesar de existir há 20 anos com todo o aparato da maior rede de televisão da América Latina, foi uma das piores coisas a que assisti nos últimos tempos.

Renato Aragão se achando o máximo e todos em volta achando que ele realmente é o máximo; discursos piegas de atores e astros-jornalistas; interpretações patéticas de pseudo-historinhas; um palco grande demais que fazia as pessoas desaparecerem no nada; uma iluminação de cabaré e um cenário futurista-plástico-sombrio; cantores dublando (nem todos, é verdade, mas a maioria); números musicais tenebrosos (Material girl num show beneficente? Fantasma da ópera? Kaiky Britto, cantando com uma voz que claramente não era dele, vestido de Peter Pan? ora, por favor...) com coreografias de arrepiar até a turma primária de uma escola de jazz e sapateado; uma montagem com Roupa Nova e Eliz Regina; rappers imitando Raul Seixas... e a direção megalomaníaca de Maurício Legey, preocupado em transformar tudo em Broadway sem se dar conta do ridículo da situação.

Mas não teve boas coisas? Sim, teve a piadinha que Renato Aragão fez sobre a dublagem de Xuxa e Ivete Sangalo; Roberto Carlos cantando de terno escuro (o psiquiatra dele é bom mesmo...); e Oswaldo Montenegro apresentando música inédita pra fechar o tal evento nauseabundo.

No próximo ano, se não contratarem Tarantino pra dirigir eu me recuso a ver novamente.

como fazer festidos?

É divertido às vezes ficar vendo como as pessoas chegam no meu blog. Os resultados de pesquisa do Google são a melhor fonte de riso no meu início de noite. Aí embaixo vai algumas pesquisas realizadas que apontaram para o Obnubilado. Como podem notar, a maior parte procura sacanagem. Infelizmente desapontei a todos.

qual remedio indicado para maos frias e suadas
assistir filmes de travestis de graça (depois eu indico um site ótimo)
fotos de juliette binoche nus (se eu encontrar fotos dela nua eu ponho aqui, sim)
como fazer festidos ("festidos". Eu escrevi assim errado num texto, eu sei)
filme dos namorados transando
capa da revista men de travesti operado
(revista men?)
fotografias de negros tarados
fotos incríveis magnificas fantasticas (devem estar procurando por fotos minhas)
vídeo meu avô fazendo sexo (quem será o neto pervertido?)
fotografias de anoréxicas (é só entrar no site da Ford Models)
cometa halen (deve ser primo do Halley)
fotos de mãe e filha fazendo sexo
cláudia algemada (hahahahhaha. essa é a melhor)

Não pense que eu escrevi alguma coisa sobre meu avô transando. O que acontece é que se o indivíduo não coloca as palavras entre aspas o Google procura pelos termos em qualquer parte do site. Portanto em algum texto eu falei de meu avô e em outro texto eu falei alguma coisa sobre pessoas (ou não) transando.

Percebo que se eu falar sobre o vídeo erótico que Paris Hilton gravou com seu namorado e disser aqui que tenho uma cópia e mando pra quem quiser, várias pessoas vão acessar o blog por causa disso. 

Sol na chuva

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Fiquei três semanas sem televisão e posso dizer que foi uma boa experiência para saber meus limites. Posso dizer: televisão não é essencial, mas é muito bom!.

Sim, eu gosto de televisão. Eu vejo televisão. Eu assisto os telejornais, o Jô Soares, o Altas Horas, o Primeira Pessoa com Ivete Brandalise, alguns capítulos de novela etc etc etc etc.

Senti falta de ver as coisas acontecendo em Londres, em Xanxerê, na Miami artificial de América. Posso dizer, também: detesto publicidade. São nojentos cada um dos comerciais veiculados nos intervalos. Por que os publicitários não crescem um pouco?

Por falar na Miami artificial da novela das oito, ontem uma cena muito interessante: Sol, numa festa, fantasiada de Estátua da Liberdade para "enfeitar" o local, quando vê Tião e Simone se beijando na sua frente. Fica mais paralisada que a própria estátua. Começa a chover. Ela chorando na chuva, a maquiagem escorrendo, a fantasia, a luz interessante, tudo muito bom. E melhor ainda porque tocava "Você", do Roberto Carlos - uma das músicas mais bonitas de minha discoteca.

A Ilha não existe!

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A Ilha estréia amanhã. Eu fui na sessão de imprensa e escrevi uma crítica a respeito no SoBReCarGa (o título do texto não é meu). Se junta ao A Rocha como os dois filmes mais ou menos do Michael Bay.

Interessante ver a galeria de fotos na Veja. Tem umas legendas nada a ver.

Quero um clone pra mim também. Sempre quis me ver de costas.

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Perdendo dentes

Meus piores pesadelos são com dentes. Detesto pensar em dentes, meus dentes, suas raízes, suas gengivas, as bactérias atacando, furando, dentes quebrados, sangue, dor. Sonhar com isso então, é muito pior porque ( e se você já sonhou alguma vez sabe disso) parece que está acontecendo de verdade.

Pois ontem tive um novo pesadelo com dentes. Sonhei que tinha ido comer alguma coisa numa lancheria árabe com minhas amigas Helen, Graziana e o Daniel Soares que eu não vejo há meses. Eu pedi uma esfiha vegetariana e me vieram com um bolinho pequeno de não sei o quê. A Graziana xingou a garçonete porque pensava que estávamos no Habibs (mas era um boteco fedido). Daí comecei a sentir frio. Muito frio. Tentava disfarçar, mas meus dentes tilitavam, tremiam mesmo. Eu os apertava para tentar parar com aquilo, mas tanto apertei que os dois da frente caíram. Senti muita dor e começou a sair sangue. Me levaram amparado para casa. Chegando no meu apartamento, tudo imundo, desarrumado (como na realidade é). O vaso sanitário estava entupido também. A Helen meteu a mão para desentupir e disse que um sapo deve ter entrado e ficado preso. Eu, com a habilidade do dono, tiro uma maçã do cano e escondo, envergonhado. Sempre com a sensação terrível de dentes faltando.

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