Aí o aparecido Stefan Olsdal. Na galeria de fotos do Bruno Galera no Terra, mais momentos do show de ontem. Vão poder perceber o bateirista, como diz a legenda, "soterrado" pelo equipamento.
Ao vivo, Placebo funciona muito bem. De baixo de uma iluminação simples, mas eficiente, Brian Molko, Stefan Olsdal e Steve Hewitt se apresentaram durante uma hora e meia, fazendo jus à expectativa da platéia.
Mas notei algo: o show foi ótimo, sim, foi corretíssimo musicalmente, sim, mas foi frio. O que é muito humano, aliás. Os caras se apresentam há meses, talvez, pelo mundo todo, tocando sempre em cidades que nem sabem o nome, em países que nem desconfiavam existir de verdade, pra uma platéia sempre igual.
Um cozinheiro já cansado de cozinhar, prepara os pratos sempre pela mesma receita. Acho que é isso que aconteceu com Placebo. Entraram, tocaram o que sempre tocam e saíram. Tudo muito bom, mas faltou um pouco de tesão.
Na verdade, quem tava com tesão de tocar era o baixista, que pra mim era apenas o cara magrão que aparece nas fotos. Ele chamou mais atenção do que o vocalista, o que eu acharia impossível de acontecer antes de ontem. Mas aconteceu. Enquanto Brian Molko fez sua performance friamente calculada, Olsdal dançava, rebolava, se exibia, pulava, se esfregava na caixa de som. Claro que tudo era friamente calculado também, mas ele transparecia estar se divertindo, pelo menos. Quanto ao baterista, só podemos vê-lo quando entrou e saiu do palco. Deveriam inventar uma bateria transparente. Mesmo sem vê-lo, percebemos o som firme durante toda a apresentação.
Minha grande expectativa era vê-los cantando Without you I'm nothing. Isso aconteceu, foi bacana, mas não foi a melhor da noite. A melhor foi Special K. O refrão é muito bom de cantar e pular ao mesmo tempo (e foi isso que - quase - todos fizeram).
Outro destaque foi Nancy Boy, com uma introdução assobiada por Molko acompanhado pela guitarra do baixista (era isso mesmo?). Foi a única música em que ele passou a voz para a platéia, lá nos versos "across all shy and coy just another nancy boy" que eu, perdido na letra, deixei de cantar. Admiravelmente, o show teve alguns daqueles momentos em que pessoas acendem isqueiros e ficam se balançando (incentivadas por Olsdal, aliás). O melhor desses momentos foi durante Twenty Years (ou era Teenage Angst?).
Infelizmente, não cantaram Protect me from what I want em francês. Eu prefiro. Não entendo nada da letra, mas é mais, digamos, íntima.
Não sei porque insistem em dizer que Placebo é uma banda de glam rock. Malditos jornalistas! Se não dizem, pelo menos sempre perguntam quando fazem entrevista, e depois escrevem um parágrafo dizendo como os músicos ficaram descontentes com o rótulo.
Brian Molko vestia camisa branca e gravata preta. Cabelos curtíssimos.
Vou escrever sobre o show do Placebo assim que dormir. Mas, pra quem quiser, vai aí a playlist. Foi muito útil pra mim. Assim pude decorar as músicas que iam tocar, dentre os dois discos que eu tenho da banda.
01. Taste in Men 02. Bitter End 03. Every You Every Me 04. Protect me from what I want 05. Black Eyed 06. Special Needs 07. English Summer Rain 08. Without You I'm Nothing 09. I Do 10. This Picture 11. Special K 12. Slave To The Wage 13. 36 Degrees 14. Pure Morning
Rola pela internet uma piada que muita gente pensa que é verdade. Há em MP3 a música Roots bloody roots, do Sepultura, com o Luciano Pavarotti. Só que a parte do Pavarotti é falsa. Claramente não é a voz dele (basta conhecer um pouquinho pra saber) e, obviamente, ele não cantaria "mamma mia" num heavy metal.